Três de Dezembro foi dia de lembrar à humanidade a pessoa com deficiência. Na ESMA, a equipa do Ensino Especial dedicou a semana a esta causa. O Projecto Nós e os Outros Animais deu a sua contribuição através de uma breve palestra sobre a chamada Terapia Assistida com Animais (TAA).

Há vários tipos de deficiências: motora, mental, visual e auditiva. A equitaçãoespecial intervém nas duas primeiras. É igualmente útil a crianças e jovens com dificuldades de relacionamento interpessoal e/ou comportamento agressivo. Deste último grupo, falaremos um outro dia. Por ora, fiquemo-nos pelos pela equitação terapêutica e pela hipoterapia.
A prática da equitação tem, entre outras virtudes, e para qualquer pessoa, as vantagens de melhorar a coordenação psicomotora, a capacidade de auto-controlo, a autonomia e a condição física em geral.
Para as pessoas portadoras de uma deficiência motora e/ ou mental, o cavalo revela-se, com acompanhamento especializado, um terapeuta multifacetado. Na verdade, o passo de um cavalo é semelhante, em cadência e nos imputs que envia ao cérebro, ao caminhar humano, levando a que uma pessoa impossibilitada de andar ou com dificuldade em coordenar movimentos receba, apenas por se encontrar a cavalo, imputs capazes de estimular as capacidades motoras. Podemos afirmar que, mesmo no caso de passividade do sujeito, o passo do cavalo efectua um trabalho de fisioterapia activa.
Designa-se por hipoterapia a intervenção de carácter clínico que requer obrigatoriamente a intervenção e presença de terapeutas e apoio do profissional de equitação. Porquê? Destina-se prioritariamente a indivíduos com limitações neuromotoras ou mentais severas e reduzida capacidade de interacção com o meio ambiente. Na Escola de Equitação D. Pequenote, a hipoterapia está a cargo de duas técnicas de Santarém. É indicada para casos de autismo, paralisia cerebral, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, síndroma de Down ou acidentes vasculares-cerebrais, entre outros problemas.

A relação pessoa-animal também não é de se desprezar, pois aqueles que não se relacionam habitualmente com outros indivíduos criam frequentemente um vínculo ao cavalo, de quem sentem a falta se algum dia não podem comparecer à sessão habitual.
Há ainda a equitação adaptada que, embora dirigida a pessoas com limitações, tem como objectivos o lazer e a competição, fornecendo aos indivíduos competências equestres.
A Escola de Equitação D. Pequenote, que possui uma pequena quinta pedagógica com cabras, coelhos, uma porca - a Bolota - e dois cães, além dos cavalos, auxilia-se de todos os animais para o progresso das crianças com mais dificuldades de integração social. É mais simples para elas criar vínculo a um dos animais e posteriormente, sentindo-se seguras e dispostas a permanecer no local, aceitarem e colaborarem nas actividades equestres ou outras que auxiliem o seu desenvolvimento integral.

Como agradecimento pela disponibilidade demonstrada pela Engenheira Inês, aqui fica o convite para uma visita à escola de equitação D. Pequenote, que ministra igualmente aulas de equitação de lazer e organiza festas infantis.
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