A torre, as oferendas e os chamamentos só parecem ter um objectivo: convencer as fêmeas de que o macho construtor é "o tal", o melhor da vizinhança.
E este trabalho de construção e decoração, que pode durar horas ou dias, não garante ainda ao autor o acasalamento. Há sempre vários machos - e as respectivas construções - em competição. As fêmeas observam e levam o seu tempo a eleger qual é digno de transmitir os genes à ninhada.
Os machos esforçam-se no canto, imitando outras aves ou mesmo sons aprendidos com os humanos, tais como um riso ou o trabalhar de uma motoserra. Também dançam. E elas olham...João de Barro - a infidelidade é mortal
Igualmente conhecido como pássaro oleiro, esta ave habita o nordeste brasileiro e a Argentina, onde é chamada Hornero. Porquê? Os seus ninhos são feitos de barro amassado com o bico e com as patas.
É admirável o modo como esta ave constrói nas traves das portas, nos postes e nas árvores sem folhas ninhos sólidos,com uma porta alta e uma divisão interior que possibilitará à fêmea uma postura longe dos olhares indiscretos.
De uma boa construção dependem em grande parte as hipóteses de acasalamento. É ao macho que compete iniciar as obras, sendo que às vezes a fêmea se lhe junta a tempo de ajudar e outras o mestre oleiro tem que erguer sozinho a casa e esperar que a pretendida a ache a seu gosto.
É um pássaro que se sente bem em companhia dos humanos. Quando lhe falta a matéria-prima para as obras - o barro - socorre-se do estrume produzido pelo gado das quintas.
A fêmea, conhecida como Joaninha de Barro, tal como o seu companheiro João de Barro, é um pássaro alegre, cujo canto, dizem os brasileiros, parece uma gargalhada. 
O casal junta-se para a vida, mas a fêmea, por vezes, acasala com outro macho.
Quando assim se comporta, o seu companheiro, que é sempre fiel, encaminha-a com delicadeza para o ninho e tapa a entrada com barro, deixando-a morrer no interior.
O que parece estranho aos biólogos é o facto de a esposa infiel não mostrar o mínimo sinal de querer sair e viver...
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